PRIMEIRA DÉCADA – 1940 a 1950
Infância, Caruaru,
Duque de Caxias, Itabaiana, Cia. de Maria e Externato São José e a Copa perdida
Minhas mais longínquas lembranças são as dessa foto abaixo. Deve ter sido em alguma ocasião comemorativa
porque um dos personagens está de gravata e meia comprida, coisa que não se
usava a não ser em aniversários. Não me recordo a ocasião, mas acho que foi
ainda na rua Júlio Furtado, nosso primeiro endereço no Grajaú. O de calça
escura era o Rui Mello dos Santos, filho de uma grande amiga de minha mãe, que
chamávamos de Tia Odette.
Lembro vagamente de uma escola maternal que frequentei durante pouco tempo e que, para não ser diferente dos demais, chorei muito nos 2 primeiros dias e mamãe teve que ficar de plantão.
Minha lembrança seguinte, já morando na rua Caruaru, e em
termos de escola, foi a Duque de Caxias, na rua Marechal Jofre. Era localizada
em um prédio bem grande e espaçoso, ao lado do Quartel dos Bombeiros do Grajaú
e está lá até hoje. Não me recordo dos amigos ou seus nomes e muito menos das
professoras.
Mas as lembranças daquela época ficaram mais com o primeiro
amigo, que morava no andar térreo da caso em cujo sobrado nós residíamos, Paulo Friedrich Burnheim, o Paulinho, já falecido, e que tentou, sem
sucesso, que eu me interessasse por sua coleção de insetos, besouros e
borboletas.
Depois que nos mudamos para a rua Itabaiana pouco o encontrei,
mas quando mais tarde fiquei em segunda época em biologia, ele teve a gentileza
de me preparar para enfrentar o temível Irmão Moita e passar com sobras. Logo depois ele foi
para a Amazônia e tive notícias que veio
a se tornar um grande biólogo e foi homenageado post mortem dando seu nome a um
dos principais prédios e ao auditório da UFAM, Universidade Federal do
Amazonas.
Da rua Caruaru fomos para a Itabaiana e aí fui matriculado no Colégio Cia. de Maria cujas freiras pertenciam a uma congregação fundada pela Madre Joana de Lestonnac, uma religiosa francesa (1556/1640). Em 1948 e 1949 lá estudei e fiz meus primeiros amigos/colegas, que em sua maioria se transferiram na mesma época para o Externato São José onde cursamos o quarto ano primário em 1950.
Uniforme do Cia. de Maria.
Em 1949 fiz no Cia. de Maria minha primeira comunhão, e daquela turma tenho amigos até hoje como é o caso do Omar Rosa Santos, Carlos Guilherme Pinto e José Antonio de Araújo Neto.
Turma da primeira comunhão de 1949 no Cia. de Maria. Estou ao lado do mais alto lá em cima.
Na rua Itabaiana foi a melhor época da minha infância. Amigos de uma vida como o Armando Guimarães de Almeida Filho, Armandinho, peladas na rua, jogos no quintal de casa, início de esportes e novos amigos na Atlética do Grajaú, quermesses na pracinha Edmundo Rego, missa na Matriz do Perpétuo Socorro, comandada pelo indefectível Padre Alberto Ferro e início de estudos de piano e acordeon.
Na calçada da rua Itabaiana, com meu grande amigo Armandinho
No São José em 1950, com novos colegas e um Irmão Marista
enérgico como era o Claudino não havia brincadeira na classe. Mas no Colégio,
muito maior do que o acanhado Cia. de Maria havia um recreio exclusivo para os
menores como nós e campo de futebol (cheio de árvores no meio). Mesas de ping
pong e a missa obrigatória aos domingos, após o que recebíamos a temida
caderneta com notas de comportamento e aplicação.
Nessa turma fiz amigos eternos e até hoje nos encontramos
para almoços quase mensais. A foto abaixo é de um desses almoços que agora acontecem no Clube Naval. Começando pelo nosso anfitrião, Comandante Raymundo Rocha (de calça escura) seguindo em sentido horário, pelo José Luiz Rolim, Paulo Cezar Nogueira, o Nogueirinha, Alvaro Pessoa, eu, Omar da Rosa Santos, José Luiz Governo e Murilo Almeida).
O ano de 1950 só não foi perfeito porque perdemos a Copa, da qual assisti o primeiro jogo, vitória contra o México, e o fatídico último jogo contra o Uruguai. Esse é o resumo da primeira década
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